terça-feira, 16 de março de 2010

Quem seria um amuleto nessa Copa?

Blog da Copa

Quem seria um amuleto nessa Copa?
Nas cinco vezes em que conquistou a Copa do Mundo, a seleção brasileira sempre teve um jovem amuleto na delegação, algum novato promissor que trilharia uma carreira de sucesso vestindo a camisa amarela. Nas duas últimas conquistas, Ronaldo (em 1994) e Kaká (em 2002) não passaram muito da função de “mascote” do grupo - ambos foram chamados mais para viver a experiência de viajar para um Mundial do que para jogar. A três meses da Copa da África, os mais supersticiosos já defendem a convocação de um calouro para fazer o mesmo papel em 2010. Mas quem deveria ser o escolhido?


Desde o início do ano, uma corrente forte na torcida brasileira defende com unhas e dentes a convocação de uma jovem revelação do mesmo clube que estreou essa tradição da seleção, com Pelé, aos 17 anos, em 1958. Neymar, do Santos, começou o ano com tudo, marcando golaços, enfileirando zagueiros e rivalizando com Robinho no quesito futebol-espetáculo. Neymar, porém, também imita o outro astro santista em outros costumes, como o de exagerar nas firulas em momentos pouco apropriados. E, assim como Robinho, não consegue deixar de lado o tom debochado, esbarrando na arrogância.

Nada mais adequado numa ocasião como a empolgante goleada de 10 a 0 imposta pelo Santos na semana passada, na Copa do Brasil. Mas bastante dispensável num jogo duro e brigado como o deste domingo, com o Palmeiras, que venceu por 4 a 3, na Vila Belmiro.

Neymar não terminou a partida: irritado com as faltas dos marcadores palmeirenses, deu um pontapé no volante Pierre e foi expulso. Saiu disparando palavrões contra o juiz. Parece carecer da maturidade suficiente para ser o alvo dos holofotes. É questão de tempo até saber lidar com situações adversas e usar seu talento da melhor forma. Por enquanto, porém, está aprendendo.

Se Dunga quiser manter a escrita dos novatos brasileiros em Mundiais, porém, o Santos oferece outro ótimo candidato. No jogo deste domingo, Paulo Henrique Ganso, meia habilidoso e inteligente, voltou a fazer o que se tornou um costume: distribuir passes para gols. Duas enfiadas de bola suas resultaram em tentos santistas.

Ganso também parece mais preparado para suportar pressões. Sofre as mesmas faltas covardes que Neymar - mas não revida, não reclama e segue concentrado no jogo. Arrumar um lugar para Ganso entre os 23 da Copa poderia resolver um outro problema. Para a função executada por Neymar já há Robinho e Nilmar. Para a de Ganso, só Kaká - um jogador com quem a revelação santista é frequentemente comparada.