segunda-feira, 1 de março de 2010

Lhes apresento Johil Camdeab!

José H. C. Abreu traz um retrato de Johil Camdeab, um baiano de Euclides da Cunha, criado no bairro de Brotas, em Salvador.


O HUMOR ÁCIDO DE JOHIL CAMDEAB




Johil Camdeab  atualmente vive na selva amazonica e diverte-se no computador com fatos que geram fotos que ele transforma em piadas e espalha pelo mundo inteiro através da internet. Seu humor ácido e irreverente é uma forma de protesto que leva as pessoas do riso à indignação.

Inegávelmente o humor é o único caminho e a forma mais direta de atingir pessoas que não estão dispostas a uma reflexão mais séria sobre as atitudes que tomam ou são obrigadas a tomar para mascarar situações, manipular, enganar e até mesmo tentar justificar o injustificável, expondo-se ao rídiculo das declarações que somente elas consideram plausíveis e convincentes.



As figuras públicas estão sujeitas a uma crítica mais intensa da mídia e do público de um modo geral e desde que as diversas formas de governo foram constituídas, os políticos e governantes tornaram-se fontes inesgotáveis de inspiração de humoristas e cômicos de um modo geral, institucionalizando o humor como ferramenta válida de crítica social, protegido pela liberdade de expressão e manifestação do pensamento.

Convictos de que o riso e a reflexão não são compatíveis e que quem ri de uma piada perde a capacidade de pensar seriamente sobre o conteúdo intrínseco, o que leva à neutralização da crítica, as “autoridades” caricaturizadas em geral não reagem a este tipo de manifestação popular e mesmo em alguns casos, visivelmente incomodados, procuram dar a impressão que encaram tudo esportivamente, no íntimo torcendo para que aquele assunto seja esquecido o mais rápido possivel.



A situação ridícula exprime um ato imperfeito, individual ou coletivo, que exige correção imediata através do riso ou gargalhada, um gesto social que ressalta, reprime em alguns casos e até tolera com simpatia, as distrações intencionais ou não, dos homens e dos acontecimentos.

Dentre os gêneros de humor, a charge é a mais temida e mais complexa pela sua agressividade e capacidade de registrar o cotidiano político da sociedade, reproduzindo situações e personagens reais através de imagens distorcidas pelo autor, que involuntariamente é visto como figura de oposição, posto que com num único quadro, muitas vezes sem texto, é capaz de colocar desordem no plano da ordem.



Com a popularização do computador e da Internet, a imagem hoje é reconhecida como o veículo mais eficiente, portador de informações e mensagens a serem levadas ao publico, ao ponto de já está sendo postulado o seu reconhecimento como ciência social.

Os programas de edição de imagens abriram um leque de oportunidades para os chargistas que quase instantaneamente conseguem levar ao mundo inteiro, os flagrantes e as gafes cometidas por celebridades e figuras publicas de um modo geral, vistos sob a ótica do riso.



Johil Camdeab é um desses artistas gráficos de humor ácido que não perde uma oportunidade. Quando garoto, idos dos anos 60, gostava muito das “fotopiadas” da revista O Cruzeiro”, que consistia em colocar textos engraçados em instântaneos de celebridades captados pelos fotógrafos da época.

Já rapaz, anos 70, passou a utilizar esse recurso enviando colaborações para “O Pasquim”, semanário que deu muito trabalho aos generais que se auto intitularam “Presidentes da República” durante o período ditatorial.



Com a chegada do Photoshop, a prática de retocar e mexer em fotografias para transformá-las em piadas passou a ser amplamente utilizada por diversos “sites”, brincadeira que abraçou para divertir os amigos e esporádicamente os leitores da coluna “HUMOR” da revista Vida Brasil , concentrando suas gozações na classe política, fonte inesgotável de inspiração para chargistas e cartunistas desde os primórdios da civilização.



Um total de 600 fotopiadas já foram escolhidos para compor o livro “POR ISSO PEÇO SEU VOTO” que será publicado até o final deste ano.

Sobre isso ele diz:

 “o trabalho que realizo mais como uma forma de desabafo, não tem o objetivo de ofender ninguém. As situações criadas são frutos da minha imaginação a partir das fotos que lhe deram origem e têm o único e exclusivo popósito de fazer rir.


 Claro que qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas não terá sido mera coincidência, porém as situações somente serão verdadeiras se as pessoas retratadas acharem que são”.