Marcos Prado
o mestre disse:
feio e bonito se equivalem
tanto aqui como aquém, no além
feio e bonito se entreolharam torto
enquanto o mestre os olhava absorto
o bonito disse ao mestre, sério:
de mim advêm a beleza e o mistério
o feio, de chorar, tinha o olho vermelho:
mestre, ninguém para mim serve de espelho
a tristeza do feio e a certeza do bonito
fizeram o mestre levantar da cadeira:
vocês vivem, os dois, na mesma cadeia
vão, livres, daqui, enquanto eu reflito
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