
“O Lula é o Forrest Gump brasileiro”
(Hugo Leal, deputado do PSC-RJ,
sobre a imagem de político de sorte do presidente)
Lula e Dilma têm muitas coisas em comum, mas falta uma capaz de fazer toda a diferença: nada pega em Lula. Tudo pega em Dilma.
Mensalão? Lula jura que não sabia. Compra de dossiê contra adversários nas eleições de 2006? Ignorava. A ex-secretária da Receita Federal diz, mas não prova, que se reuniu com Dilma. Pois as pessoas acreditam nela.
Dilma angariou justa fama de autoritária. Lula é um autoritário sem fama. Dilma trata mal até ministros de Estado. Lula está cansado de fazer o mesmo, mas ninguém em torno dele sai espalhando. Dilma detesta ser contrariada. Lula é capaz de pular no pescoço de quem o contrarie.
De cara feia, Lula assusta os que o cercam tanto quanto Dilma assusta os seus. Mas a antipática é ela. Lula é um doce. Imagine só se coubesse a Dilma decidir se os projetos do pré-sal deveriam ou não ser votados em regime de urgência no Congresso. E que ela decidisse que deveriam, sim. E depois recuasse. E em seguida mantivesse a urgência. Para finalmente revoga-la.
Do que a chamariam? De política hábil, conciliadora, esperta, realista? Ou de fraca, confusa, indecisa e permeável a todo tipo de pressão?
E se Dilma, na Presidência, tivesse tomado algumas doses a mais de caipirinha e, ao lado do presidente da França, anunciasse o desfecho de uma concorrência bilionária que ainda não esgotou seus trâmites? O mundo desabaria na cabeça dela. A Aeronáutica entraria de prontidão (claro que exagero). E o ministro da Defesa teria a desculpa que procura para deixar o governo e apoiar a candidatura de José Serra.
Lula é um trapalhão. Por despreparo, presunção ou falta de cuidado, fabrica trapalhadas desnecessárias. É dele a decisão final sobre a compra de aviões militares. Lula não está obrigado a levar em conta apenas aspectos técnicos das propostas. De fato, são relevantes razões de ordem estratégica. Mas precisava se precipitar?
Por pouco não enfrentou uma crise com a demissão do comandante da Aeronáutica.
Em 2007, quando os controladores de vôo entraram em greve, Lula mandou o ministro do Planejamento negociar com eles — e o comandante da Aeronáutica ameaçou ir embora. Três anos antes, afrontado pelo comandante do Exército, o ministro da Defesa, José Viegas, quis demiti-lo, mas Lula não deixou. Viegas foi embora.
Mensalão? Lula jura que não sabia. Compra de dossiê contra adversários nas eleições de 2006? Ignorava. A ex-secretária da Receita Federal diz, mas não prova, que se reuniu com Dilma. Pois as pessoas acreditam nela.
Dilma angariou justa fama de autoritária. Lula é um autoritário sem fama. Dilma trata mal até ministros de Estado. Lula está cansado de fazer o mesmo, mas ninguém em torno dele sai espalhando. Dilma detesta ser contrariada. Lula é capaz de pular no pescoço de quem o contrarie.
De cara feia, Lula assusta os que o cercam tanto quanto Dilma assusta os seus. Mas a antipática é ela. Lula é um doce. Imagine só se coubesse a Dilma decidir se os projetos do pré-sal deveriam ou não ser votados em regime de urgência no Congresso. E que ela decidisse que deveriam, sim. E depois recuasse. E em seguida mantivesse a urgência. Para finalmente revoga-la.
Do que a chamariam? De política hábil, conciliadora, esperta, realista? Ou de fraca, confusa, indecisa e permeável a todo tipo de pressão?
E se Dilma, na Presidência, tivesse tomado algumas doses a mais de caipirinha e, ao lado do presidente da França, anunciasse o desfecho de uma concorrência bilionária que ainda não esgotou seus trâmites? O mundo desabaria na cabeça dela. A Aeronáutica entraria de prontidão (claro que exagero). E o ministro da Defesa teria a desculpa que procura para deixar o governo e apoiar a candidatura de José Serra.
Lula é um trapalhão. Por despreparo, presunção ou falta de cuidado, fabrica trapalhadas desnecessárias. É dele a decisão final sobre a compra de aviões militares. Lula não está obrigado a levar em conta apenas aspectos técnicos das propostas. De fato, são relevantes razões de ordem estratégica. Mas precisava se precipitar?
Por pouco não enfrentou uma crise com a demissão do comandante da Aeronáutica.
Em 2007, quando os controladores de vôo entraram em greve, Lula mandou o ministro do Planejamento negociar com eles — e o comandante da Aeronáutica ameaçou ir embora. Três anos antes, afrontado pelo comandante do Exército, o ministro da Defesa, José Viegas, quis demiti-lo, mas Lula não deixou. Viegas foi embora.
