quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Relembrando os Festivais! - parte I

Chico Buarque e Jair Rodrigues

Disparada
[1966]

Vencedora do Festival da TV Record em 1965,

juntamente com "A Banda" de Chico Buarque.

Sintam o clima da grande final nas palavras de Zuza Homem de Mello
"Nunca o Brasil vivera uma discussão cultural tão empolgante como aquela. ´A Banda´contra ´Disparada´ - a primeira defendida por Chico e Nara Leão, a segunda por Jair Rodrigues - era como decisão de campeonato.
Nenhum tema artístico ganhou tão rapidamente as ruas, sendo discutido em bares e botequins, por motoristas de táxi e passageiros, pela aluna e o professor, a dona de casa e a empregada. Todo mundo tinha um palpite. Na rua, o gari e o jornaleiro argumentavam o que era mais moderno, qual letra era melhor...
O Brasil inteiro viu pela primeira vez que música popular era coisa séria".
extraído de seu livro A Era dos Festivais - uma parábola.
Letra de Geraldo Vandré
Música de Theo de Barros

clique aqui e ouça.

Interpretação
Jair Rodrigues

Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar
E a morte o destino tudo, a morte o destino tudo
Estava fora de lugar, eu vivo pra consertar
Na boiada já fui boi, mas um dia me montei
Não por um motivo meu ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu
Boiadeiro muito tempo, laço firme, braço forte
Muito gado, muita gente pela vida segurei
Seguia como num sonho e boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando
As visões se clareando, até que um dia acordei


Então não pude seguir, valente, lugar tenente
E o dono de gado e gente, porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente
Se você não concordar não posso me desculpar
Não canto pra enganar, vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado, vou cantar noutro luga
r

Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu, querer mais longe que eu
Mas o mundo foi rodando, nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei, agora sou cavaleiro
Laço firme, braço forte, de um reino que não tem rei


Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu, querer mais longe que eu
Mas o mundo foi rodando, nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei, agora sou cavaleiro
Laço firme, braço forte, de um reino que não tem rei !
Fonte youtube