quarta-feira, 18 de março de 2009

Quem te viu, quem te vê ...


Por Josias de Souza, em seu nos bastidores do poder

Collor admite que bloqueio da poupança foi um 'erro'

Fernando Collor (PTB-AL) deu entrevista ao Programa 3 a 1, da TV Brasil. Vai ao ar nesta quarta (18), às 22h.

Nas respostas que deu à trinca de repórteres que o entrevistou, Collor fez, por assim dizer, uma viagem ao passado.

Em vários momentos Collor reconheceu ter incorrido em erros na época em que foi presidente da República. Incluiu no rol de equívocos o confisco das cadernetas de poupança decretado pelo Plano Collor. Um confisco que ele chama de “bloqueio”.

Naquela época”, disse Collor, “querendo fazer os ajustes de forma rápida, equivoquei-me”. Se tivesse a oportunidade de voltar no tempo...

“...Certamente eu não teria adotado um programa econômico que causasse tanto desassossego...”

“...Se tivesse outra chance, não teria bloqueado a poupança de pessoas físicas e jurídicas”.

Na seara política, Collor disse que não teria arrostado o impeachment se tivesse dispusesse de apoio sólido no Congresso. E mencionou outro erro: “A falta de diálogo com a classe política e com [políticos e empresários de] São Paulo".

"A CPMI [Comissão Parlamentar Mista de Inquérito] não teria prosperado caso houvesse base de sustentação no Legislativo”.

A julgar pelos escândalos que se seguiram ao Collorgate, todos convertidos em fumaça, o ex-presidente parece ter alguma razão. Vesgastado pelo petismo no passado, Collor revela-se agora um fiel, muito fiel, fidelíssimo aliado de Lula.

“O momento é de o Brasil ter a união de todos para avançar nos próximos dois anos...”

“...Sou entusiasta do PAC, aliado do presidente Lula e faço parte de sua base de sustentação”.

Para 2010, declara-se simpático à candidatura petista de Dilma Rousseff. Como se vê, o Collor de 1989 é um personagem que não existe mais.