quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A hora das cinzas


charge de clayton


Por Carlos Brickmann, em seu site

"Acabou nosso Carnaval"
O senador Pedro Simon, do PMDB gaúcho, disse que seu partido se colocou à venda, e que analisa a sucessão presidencial com visão de negócios: entre PSDB e PT, fica com quem pagar mais.

Antes, o senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB pernambucano, havia dito outra novidade: que o seu partido fazia política em busca de cargos, e muitos peemedebistas só queriam saber de corrupção.

Está bom, autocrítica é sempre útil. Mas por que ficar contando aquilo que todo mundo sabe? Os dois senadores, Simon e Jarbas, estão entre os políticos mais sérios do país; mas poderiam avançar um pouco, dando nomes e contando casos.

O que ambos fizeram foi constatar um fenômeno e dizer que estão fora dele. Nenhum procurou avançar no assunto. Nenhum deles, por exemplo, contou como é que Itamar Franco, convidado para entrar no PMDB e ser candidato à Presidência, foi vencido numa convenção em que houve até pancadaria paga.

Ambos, a propósito, já foram governadores – Pedro Simon uma vez, Jarbas Vasconcelos duas. Louve-se que tenham saído, ambos, sem qualquer acusação que ferisse sua reputação de honradez.

Mas que fizeram, ambos, para ajudar a sanear o partido? Afastados do poder, hoje falam. Mas não citam fatos ou nomes.

Aliás, tanto nas acusações de Jarbas como nas de Pedro Simon, ficou faltando um item importante. Ambos dizem que o PMDB olha o Executivo como fonte de cargos, e apoiará quem der mais.

Não é bem assim: o PMDB apoiará quem der mais e quem der menos, ao mesmo tempo. Ganhe quem ganhar, não fica de fora.