quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Rodeio: Segurança X Tradição

Deu no TremAzul

"O The New York Times se ocupa de comentar sobre os cowboys usando, muitos deles ainda a contra-gosto, capacetes em vez dos chapéus. Abrindo mão de uma tradição pela segurança no esporte, que não deixa de ficar cada vez mais violento, com animais mais perigosos.
Já há entre as grandes estrelas do esporte uns campeões usando os capacetes. Mas alguns insistem na tradição. Como o duas vezes campeão mundial Chris Shivers, 30 anos, sentado em uma sala médica num torneio, examinando uma foto digital de seu rosto tirada minutos antes.
Graças à pancada de soslaio do chifre de um touro de 680 kg chamado Rebound, seu nariz entortou. Um médico o endireitou, e Shivers estava sentado com gaze nas narinas, rosto ensangüentado, enquanto explicava exausto por que não usava capacete. "Parece uma boa idéia agora". Mas em seguida ele, que fraturou o lado esquerdo de seu rosto no ano passado, disse que já estava velho demais para mudar. Então cuspiu sangue em uma lata de lixo.
O tradicional rodeio de Baltimore semana passada, 23 dos 45 peões usaram capacetes, tendo sido a primeira vez que o número de atletas com capacete superou o dos sem a proteção.
Mês passado, no National Finals Rodeo, o torneio da Associação dos Cowboys de Rodeio Profissional, J.W. Harris se tornou o segundo competidor em três anos a ganhar o título de montaria em touro usando capacete.
Mas o fato mais interessante é que a principal batalha até a obrigatoriedade do uso de capacete está justamente neles. Não há ainda um capacete específico, fabricado dentro de normas legais para uso em rodeios de montarias, como existem os de corridas de moto, biciletas e outros esportes violentos.
Portanto, e especialmente nos EUA, uma organização de evento exigir capacetes é certeza de centenas de ações judiciais. Está aí o verdadeiro nó a ser desatado. Porque os cowboys, mesmo com a panca de durões, sabem que para ganhar dinheiro têm que montar e não podem fazê-lo machucados. E o uso de capacete não é mais motivo de gozação."