sinal de chuva
O fim da seca
Os primeiros roncos estrondosos podem ser ouvidos ao longe. E tantos outros ruídos foram confundidos com estes nos meses, e até anos, de espera. Certeza cega que não era a explosão da pedreira, ou o avião no céu limpo, ou um velho caminhão por detrás da serra. Surge o plúmbeo oliva no horizonte norte, horizonte este tão exaustivamente fitado, vasculhado, esmiuçado em busca dos sinais que não vinham. Pode-se ver os vigorosos relâmpagos energizados de esperança e clamor. Clarão tantas vezes falso e só visto por quem quisesse. Fotopsia da vontade e do desejo. E cai a água, maior constituinte do nosso corpo, maior que o nosso sangue, e vital. Pingos grossos que não ferem, ao contrário acariciam, trazendo a chave da explosão biológica contida por todo o tempo de estio. Brota a vida, ervas boas e ruins, tem a chance de ver o mundo, de flertar com o sol, e participar ativamente deste espetáculo. Em semana tudo estará transmutado, novas cores e novos indivíduos habitarão o verde tão desejado.
Os primeiros roncos estrondosos podem ser ouvidos ao longe. E tantos outros ruídos foram confundidos com estes nos meses, e até anos, de espera. Certeza cega que não era a explosão da pedreira, ou o avião no céu limpo, ou um velho caminhão por detrás da serra. Surge o plúmbeo oliva no horizonte norte, horizonte este tão exaustivamente fitado, vasculhado, esmiuçado em busca dos sinais que não vinham. Pode-se ver os vigorosos relâmpagos energizados de esperança e clamor. Clarão tantas vezes falso e só visto por quem quisesse. Fotopsia da vontade e do desejo. E cai a água, maior constituinte do nosso corpo, maior que o nosso sangue, e vital. Pingos grossos que não ferem, ao contrário acariciam, trazendo a chave da explosão biológica contida por todo o tempo de estio. Brota a vida, ervas boas e ruins, tem a chance de ver o mundo, de flertar com o sol, e participar ativamente deste espetáculo. Em semana tudo estará transmutado, novas cores e novos indivíduos habitarão o verde tão desejado.
Texto
de
Otoniel Neto
Mestre-do-mar e poeta.
(Tanquinho de Feira,
(Tanquinho de Feira,
4/12/2008,
eivado pela chuva que não vinha há 5 anos)
