A conversão da candidata
A ministra acredita em Deus?, perguntaram os jornalistas ao fim do encontro entre Dilma Rousseff e o papa. "Eu me equilibro bem nessa questão. Será que há? Será que não há? Eu me equilibro nela", respondeu a ex-camarada de armas de José Dirceu.
Diante dos olhares de espanto, engatou uma segunda: "Tenho toda formação religiosa que uma pessoa de minha geração teve no Brasil. Fiquei durante muito tempo meio descrente. Acredito que as diferentes religiosidades são fundamentais para as pessoas viverem. A gente não pode achar que só existe aquele seu Deus". Tudo esclarecido.
Com o Brasil ninguém pode
A folhinha de 2009 informa que, dos 13 feriados nacionais, oito caem na segunda ou na sexta-feira (feriadão obrigatório) e quatro na terça ou na quinta (feriadão facultativo, mas respeitado em toda a nação).
Os paulistas com o 9 de julho numa quinta e os cariocas com o 20 de janeiro numa terça (e também os baianos numa terça, com o 02 de julho) foram brindados com mais uma folga de quatro dias.
Somados os feriados oficiais, os enforcados, os sábados e os domingos, serão 152 dias de descanso. Sobram 213 (58,35% do ano) para o trabalho. Tremendo calendário. Com crise ou sem, 2009 será lembrado com carinho por milhões de brasileiros.
Um estadista contempla a tempestade
"Bush, meu filho, resolve o problema da crise, porque não vou deixar que ela atravesse o Atlântico", preveniu Lula em 27 de março, repetindo o recado enviado em setembro de 2007.
Dado o aviso, esqueceu o assunto por seis meses, para retomá-lo em ritmo de encontro em motel: anda falando tanto que o país não sabe direito o que pensa o presidente.
Releiam:
Setembro, 17:
"Que crise? Pergunta pro Bush".
Setembro, 18:
"O Brasil viveum momento mágico".
Setembro, 22:
"Até agora, graças a Deus, a crise americana não atravessou o Atlântico".
Setembro, 29:
"O Brasil, se tiver que passar por um aperto, será muito pequeno".
Setembro, 30:
"A crise é tão séria e profunda que nem sabemos o tamanho. Talvez seja a maior na História mundial".
Outubro, 4:
"Lá, a crise é um tsunâmi. Aqui, se chegar, vai ser uma marolinha, que não dá nem para esquiar".
Outubro, 5:
"Queremos que esse tema da crise mundial seja levado ao Congresso".
Novembro, 8: "Ninguém está a salvo, todos os países serão atingidos pela crise".
Novembro, 10: Toda crise tem solução. A única que eu pensei que não tivesse jeito era a crise do Corinthians".
Se ouviu o palavrório, nem a crise sabe o que ocorrerá enquanto ficar por aqui. Só sabe que Lula anda meio doidão.
Os punguistas atacam de novo
Ocupados com cambalhotas aritméticas que reduzam as despesas domésticas, os brasileiros nem notaram que o governo estava, de novo, enfiando a mão no bolso da nação. A tunga rendeu, no mínimo, mais de R$ 2 bilhões, preço do buraco aberto pela espantosa medida provisória que anistiou milhares de "entidades filantrópicas" enredadas em delinqüências e gatunagens.
Zerada a conta, o Planalto promete que vai investigar criteriosamente caso por caso. É como esvaziar todos os presídios do país e, com a turma em liberdade, apurar quem merece cadeia. É o Brasil.
