
Transcrito do Prosa e Política
O economista e ex-preso político Paulo de Tarso Venceslau (foto), se posicionou contra a revisão da Lei da Anistia, ao dizer que os militares não são os únicos culpados pelas atrocidades no período militar.
"Não tem porque mexer nessa lei agora. A história é feita por versões e interpretações. Eu fiquei preso cinco anos e meio, fui torturado, e acho que não tem de mexer porque a gente também cometeu erros, não é só do lado dos militares", afirmou Tarso em entrevista à rádio Eldorado na terça-feira, 11. Para o ex-preso político, a polêmica em torno da lei não é relevante uma vez que a História já condenou os culpados. "Na verdade, o que todo mundo está querendo é que os torturadores sejam punidos hoje. Acho que é um processo que não vai frutificar, nem deve frutificar, porque mais que persegui-los com as leis hoje, eles já estão condenados pela própria História". Paulo de Tarso acredita que a defesa do ministro da Justiça, Tarso Genro, para que a lei seja revista tem fundo político. "Ele deve estar fazendo uma média com o pessoal mais de esquerda. É mais uma jogada para a platéia que uma garantia, uma luta política reforçada em qualquer coisa mais generosa e ambiciosa. É alguma coisa pensando em 2010 e por aí vai", concluiu. Para quem não lembra Paulo de Tarso Venceslau, economista e ex-secretário de finanças da Prefeitura de São José dos Campos, afirmou que, por conta das denúncias apresentadas em 1997 a Lula, então presidente do PT, foi demitido do cargo da prefeitura e expulso do partido por influência do presidente. Tarso ainda afirmou que a estratégia de arrecadação de recursos não-contabilizados em São José dos Campos envolvia a Cpem (Consultoria Para Empresas e Municípios), que prestava serviços para a prefeitura, e era operada pelo compadre do presidente Lula, Roberto Teixeira, e pelo presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, que não tinha cargo na direção do partido.
