O sonho da Internet grátis
Marta Suplicy, candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, prometeu instalar Internet banda larga, gratuita, em toda a cidade. Os meios de comunicação divulgaram a promessa de maneira totalmente acrítica: alguns a aceitaram como verdade, e pronto, outros fizeram piada, mais uma promessa de campanha. Só um órgão de imprensa se dedicou ao básico do jornalismo: calculou o custo da promessa de Marta Suplicy. Mérito de Ethevaldo Siqueira, o grande colunista de tecnologia, que fez todas as contas e verificou que não batiam de jeito nenhum. Está no Ethevaldo: A infra-estrutura de uma rede sem fio em São Paulo exige algo como R$ 3,8 bilhões (em dólares de hoje, cerca de US$ 2 bilhões). Se um terço dos habitantes da cidade (ou seja, pouco menos de 4 milhões de habitantes) resolvesse usar a rede, o custo operacional ficaria em aproximadamente R$ 20 mensais por pessoa. E, naturalmente, os clientes precisariam de computadores, que estão fora desse custo. Traduzindo: não há dinheiro para isso, nem que Marta crie a Web-taxa. A propósito, contas semelhantes chegarão a resultados semelhantes em Salvador, onde o candidato ACM Neto, DEM, propõe plano parecido.