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'As Gargalhadas
Ainda estou às gargalhadas com o ocorrido na madrugada de 06 de setembro na capital paulista, quando um cidadão, evidentemente embriagado, dirigindo um veículo de porte médio, subiu uma estreita rampa para acesso de pedestres a uma estação do metrô achando que transitava por um amplo viaduto. O percurso terminou na porta do elevador da estação e o estado etílico do indivíduo não permitiu o engate da macha a ré muito menos qualquer outra manobra de “box” que permitisse o retorno e a escolha de outro circuito. O veículo foi retirado na manhã seguinte por atônitos funcionários do metrô, enquanto o condutor, após evadir-se, curtia a ressaca em algum ponto da cidade sem que a lei seca o alcançasse.
Para aqueles que não tiveram conhecimento do fato, vou repetir a notícia. Um “cara”, torto de bêbado, dirigiu seu carro, passarela acima, até a porta do elevador de uma estação de metrô. O incidente, trágico na sua essência e cômico no desfecho, merece minhas gargalhadas sabe por quê? Porque, ao sancionar e manter a lei seca ao volante nos parâmetros estúpidos em que fez, o Estado – executivo, legislativo e judiciário, cada qual em sua esfera de poder – me comparou e a outros tantos responsáveis cidadãos, a este senhor aí, tratando-nos da mesma forma, como se bêbados fôssemos todos.
Estou rindo, transversalmente, da cara de otário dos técnicos e políticos que acorreram à mídia para defender a lei, e que agora, passados ridículos três meses, voltam para admitir que o número de acidentes e vítimas do trânsito recrudesceu. Fiquem atentos, pois o resultado de setembro será arrasador. É tragicômico, por exemplo, ver a Policia Rodoviária Federal dizer que o problema está com os municípios que não fiscalizam seus motoristas. Os municípios, por sua vez, creditam o descontrole à falta de estrutura e assim por diante, numa torrente de desculpas esfarrapadas que, meio Brasil, sequer percebe. Enquanto isso, fora de foco, a lei continua punindo “lotericamente” o cidadão que bebeu uma cerveja no almoço ou no “happy hour”.
Imaginar que os acidentes diminuiriam por conta da lei é rubricar uma ignorância sem par. Os acidentes diminuíram, no primeiro momento, por conta das blitze, não por causa da lei. O mesmo fenômeno ocorreu, na década de oitenta, com a limitação da velocidade máxima nas estradas brasileiras e, mais recente, com o aumento aceitável no valor das multas e a implantação de radares nas grandes vias. Nos parâmetros anteriores, a lei, apoiada por blitze, também reduziria o número de acidentes e vítimas. O poder público, negligente, esqueceu de testar a opção.
Dias atrás gargalhei de desdém ao ouvir uma dessas pomposas autoridades afirmar que a lei mudou os hábitos do brasileiro. Mudou sim! Em Salvador, onde as blitze acontecem entre quinta à noite e domingo à tarde, o soteropolitano passou a deglutir sua cervejinha nos dias de “descanso” do “estafado” poder público repressor. Em Brasília, amigos telefonam, uns aos outros, informando os locais da patrulha e indicando rumos alternativos. Não deixa de ser uma mudança de hábitos!
Até mesmo os bêbados irresponsáveis mudaram seus hábitos. Agora se embriagam perto de casa e longe das blitze. Por conseguinte, matam com seus veículos-armas, mais próximo de casa, tão somente. Para o Estado incompetente deve ser uma mudança e tanto!
Vida que segue, continuamos a assistir na televisão e a ler nos jornais – e aí é razão para lágrimas – um infindável número de acidentes bárbaros, causados por embriagados, insones, “rebitados”, entorpecidos, imprudentes, desequilibrados e inábeis, sem que qualquer lei os alcance, na direta proporção do malefício que causaram. Cadê a lei com seu ferrenho rigor.
Para aqueles que não tiveram conhecimento do fato, vou repetir a notícia. Um “cara”, torto de bêbado, dirigiu seu carro, passarela acima, até a porta do elevador de uma estação de metrô. O incidente, trágico na sua essência e cômico no desfecho, merece minhas gargalhadas sabe por quê? Porque, ao sancionar e manter a lei seca ao volante nos parâmetros estúpidos em que fez, o Estado – executivo, legislativo e judiciário, cada qual em sua esfera de poder – me comparou e a outros tantos responsáveis cidadãos, a este senhor aí, tratando-nos da mesma forma, como se bêbados fôssemos todos.
Estou rindo, transversalmente, da cara de otário dos técnicos e políticos que acorreram à mídia para defender a lei, e que agora, passados ridículos três meses, voltam para admitir que o número de acidentes e vítimas do trânsito recrudesceu. Fiquem atentos, pois o resultado de setembro será arrasador. É tragicômico, por exemplo, ver a Policia Rodoviária Federal dizer que o problema está com os municípios que não fiscalizam seus motoristas. Os municípios, por sua vez, creditam o descontrole à falta de estrutura e assim por diante, numa torrente de desculpas esfarrapadas que, meio Brasil, sequer percebe. Enquanto isso, fora de foco, a lei continua punindo “lotericamente” o cidadão que bebeu uma cerveja no almoço ou no “happy hour”.
Imaginar que os acidentes diminuiriam por conta da lei é rubricar uma ignorância sem par. Os acidentes diminuíram, no primeiro momento, por conta das blitze, não por causa da lei. O mesmo fenômeno ocorreu, na década de oitenta, com a limitação da velocidade máxima nas estradas brasileiras e, mais recente, com o aumento aceitável no valor das multas e a implantação de radares nas grandes vias. Nos parâmetros anteriores, a lei, apoiada por blitze, também reduziria o número de acidentes e vítimas. O poder público, negligente, esqueceu de testar a opção.
Dias atrás gargalhei de desdém ao ouvir uma dessas pomposas autoridades afirmar que a lei mudou os hábitos do brasileiro. Mudou sim! Em Salvador, onde as blitze acontecem entre quinta à noite e domingo à tarde, o soteropolitano passou a deglutir sua cervejinha nos dias de “descanso” do “estafado” poder público repressor. Em Brasília, amigos telefonam, uns aos outros, informando os locais da patrulha e indicando rumos alternativos. Não deixa de ser uma mudança de hábitos!
Até mesmo os bêbados irresponsáveis mudaram seus hábitos. Agora se embriagam perto de casa e longe das blitze. Por conseguinte, matam com seus veículos-armas, mais próximo de casa, tão somente. Para o Estado incompetente deve ser uma mudança e tanto!
Vida que segue, continuamos a assistir na televisão e a ler nos jornais – e aí é razão para lágrimas – um infindável número de acidentes bárbaros, causados por embriagados, insones, “rebitados”, entorpecidos, imprudentes, desequilibrados e inábeis, sem que qualquer lei os alcance, na direta proporção do malefício que causaram. Cadê a lei com seu ferrenho rigor.
