Anime-se, caro eleitor!
Depois de elegermos Leo Kret (meu preconceito é cultural. Nossa experiência de eleger Jecas Tatus e morde-línguas é desastrosa), entramos na campanha do segundo turno, para tristeza do eleitor exigente e perigo à nossa encantadora Salvador. Qual dos dois será melhor para Salvador? João Henrique, com sua imaturidade política e inapetência administrativa, atendendo às ambições carreiristas de Geddel Vieira Lima, ou Walter Pinheiro, sem qualquer experiência de administração pública e, ainda por cima, do PT do governador Jaques Wagner, que já demonstrou que não deveria ter saído da política sindical, tudo o que sabe fazer bem feito? Em verdade, essa disputa pela Prefeitura do Salvador significa um primeiro turno das eleições para governador, em 2010. Os competidores reais, Geddel e Wagner, sabem que abocanhar o cetro do Thomé de Souza é meio caminho andado para se apossar do Palácio de Ondina daqui a dois anos. E nos, baianos eleitores, onde ficamos? Imagine mais quatro anos para Wagner, um governador de pouco trabalho e curta visão, que até agora só fez perder para Pernambuco os principais investimentos destinados ao Nordeste, e mandou os índices da segurança pública para a estratosfera? E com Geddel, um clone mal-feito de ACM, debutante de coronel oligárquico, de passado nada confiável? Não me admira mais, desde o primeiro ano do primeiro governo Lula, a postura do PT, que até à justiça recorreu contra o candidato João, tentando impedi-lo de usar a imagem de Lula na campanha. Ora, ora, o PMDB de João é o partido mais forte de apoio ao governo federal, e sem ele Lula sabe que não governa. Então, na hora do "vosso reino", nada para o Jonga? Além do mais, para que tanta briga, se, apesar dos seus índices de aprovação, está praticamente provado que Lula, sozinho, é imbatível, mas seu apoio não conta tanto para o eleitor?! Caso assim fosse, a desastrada Marta Suplicy não estaria descendo a ladeira em São Paulo, e por aqui, o número de vereadores eleitos pelo PT - quatro - foi insignificante, principalmente ante a figura de Lula, coladinha em faixas e santinhos, durante a campanha. Até o dia 25, véspera da eleição, Wagner e Geddel ainda terão muito que aparecer nos programas eleitorais. Muito pior para o governador, que vestiu a camisa demais para o cargo que ocupa, e uma derrota pode ser um pinico cheio para suas pretensões em 2010 - reeleição ou disputar indicação para a Presidência com a Sra. Roussef. Como já mostrou que não é tão esperto, politicamente, quanto Geddel, pode dar 10 para 1 na bolsa de apostas da Rua Chile. É GOLPE - Declarações do ministro Tarso Genro: "nossa prioridade para 2009 é aprovar a reforma política". Fala-se até em nova Assembléia Nacional Constituinte, mas que só poderia ser feita por um novo Congresso. O cano de escape é fazer uma revisão da atual Constituição, tudo dentro da lei, o que não significa que seria legítimo. Anotem: vai pintar na área uma proposta de reeleição. Para mim, golpe sujo.
