terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ainda a surra que Lula tomou no RN

Escrito por Ricardo Noblat. Transcristo de seu blog

O vexame pessoal de Lula nas eleições municipais do Rio Grande do Norte foi maior do que se sabia até aqui. Sabia-se que ele foi a Natal pedir votos para eleger a candidata do PT a prefeita, Fátima Bezerra. Ela perdeu no primeiro turno para Micarla, candidata do PV e de José Agripino Maia, líder do DEM no Senado, tratado por Lula como desafeto, inimigo, um sujeito que ele evita dizer o nome.
O que só agora se sabe é que Lula perdeu também em Mossoró, o segundo maior colégio eleitoral do Estado. Como está se achando, foi a Mossoró antes de voltar a Natal para participar de um comício de Fátima. Lá, dispensou de recepcioná-lo no aeroporto a prefeita Fátima Rosado, do DEM, candidata à reeleição. Era obrigação protocolar dela recepcioná-lo.
De helicóptero, voou do aeroporto para a universidade local. Discursou, mas não falou sobre política. E foi direto para o Hotel Termas, onde Larissa Rosado, do PSB, montara um estúdio para que ele gravasse uma mensagem de apoio à sua candidatura a prefeita. Gravou, bebeu bem durante a tarde, segundo testemunho de um garçon do hotel, e voou a Natal.
Ali, desfechou um duro ataque contra Agripino Maia. De cima do palanque de Fátima Bezerra, diante de mais de 10 mil pessoas, disse coisas tais como:
- Esperei muito tempo para fazer um ajuste de contas com ele [no caso, "ele" era Agripino Maia].
- Voltarei aqui em 2010 quantas vezes for necessário só para derrotá-lo.
- Se eles fossem bons estariam neste palanque.
- Ele é um político que faz política suja com discurso de madrugada (Agripino Maia fez discurso contra a CPMF).
A prefeita de Mossoró se reelegeu com 53% dos votos válidos.
Por que Lula perdeu nos dois maiores colégios eleitorais do Rio Grande do Norte? Porque quis. Porque fez política com fígado.

O velho Lula, líder sindical enfezado, o sapo barbudo como Leonel Brizola o chamou um dia, ressuscitou nas eleições municipais do Rio Grande do Norte. Deu no que deu.