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Brechó Filosófico
Quando nosso Brasil vai bem, como é o caso dos últimos dois ou três dias, fico sem assunto para discorrer. Sim, porque sou um crítico do que aí está! Além de ser mais fácil, do outro lado do muro, ou em cima dele, contamos com toda a imprensa “chapa branca”, com a publicidade governamental, com milhares de políticos e com milhões de cidadãos cooptados por benesses oficiais. Agora mesmo, no neófito Ministério da Pesca, são mais de duzentas “figuras” que adentrarão o serviço público, na marra, via “barca da alegria”. Coisa de peixe grande. Aqui no nordeste, o Dr. Benito Gama, antes partidário fulgente de ACM e de FHC, foi nomeado diretor da Sudene, órgão que, extinto no governo anterior, foi recriado por Lula.
Eles falam bem, eu falo mal! Aliás, é um exagero dizer que falo mal, eis que simplesmente comento os fatos. Como são desabonadores da honra, da ética e da inteligência, dá no que dá!
Com tempo disponível folheio livros e “fuço” a internet. Foi assim que redescobri Bertold Brecht, dramaturgo e poeta alemão, que dividiu sua vida entre os séculos XIX e XX. Brecht é um daqueles gênios incontestáveis e um dos maiores pensadores dos tempos modernos. Ele só não imaginava que o Brasil iria, cinqüenta anos depois, bagunçar sua incontestabilidade. Explico!
Brecht disse: “Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis”.
Fácil observar que o pensador alemão não possuía a premonição de um Nostradamus, nem qualificou seu conceito de luta. Brecht não previu que seu enunciado, aparentemente universal, não se aplicaria aos políticos brasileiros. Estes, em sua maioria, lutam todos os dias de maneira infiel e obscena, exclusivamente para se manter no poder com todas as regalias e imunidades a ele inerentes. Por isto, e por outras tantas e tamanhas razões, são absolutamente prescindíveis. Não fazem a menor falta!
Comprove você mesmo. Faça uma viagem de reconhecimento, começando pelo Amapá, com escalas no Pará, Maranhão, Pernambuco e Bahia. Há muito que identificar nesses “currais”. Vá a Minas, ao Rio, a São Paulo, aos pampas. Avance pelo interior de quantos Estados quiser. Pesquise de vilarejos a metrópoles, de pântanos a condomínios, de florestas a favelas, de bandidos a sobrenomes.
Quantos deles você identificou, que estão aí há mais de trinta anos, pongados em mandatos conferidos por força do sufrágio universal, nem sempre representativo da vontade do eleitor? Votos que foram comprados, trocados, impingidos e subornados por senhores elegantes e risonhos, que lutam todos os dias, em busca de uma imprescindibilidade que jamais virá, mas que Brecht acreditava ser possível.
Seríamos uma nação desenvolvida, alegre, ética, educada, segura e saudável, não fosse a perpetuação dos interesses pessoais destes senhores. Avessos à honradez e ao salutar princípio da renovação, tão presente no mundo corporativo e na própria transitoriedade da vida, nossos políticos agarram-se à boquinha do mandato ou do cargo de confiança, lutando, tão somente, por um ganhozinho a mais.
Minha esperança, contudo, repousa no próprio Brecht: é de sua autoria o pensamento a seguir: “A confiança pode exaurir-se caso seja muito exigida”.
Certamente, em sua intensa lide diária, nossos políticos não incluem a leitura do sábio alemão. Mas, seus dias podem estar contados.
Quando nosso Brasil vai bem, como é o caso dos últimos dois ou três dias, fico sem assunto para discorrer. Sim, porque sou um crítico do que aí está! Além de ser mais fácil, do outro lado do muro, ou em cima dele, contamos com toda a imprensa “chapa branca”, com a publicidade governamental, com milhares de políticos e com milhões de cidadãos cooptados por benesses oficiais. Agora mesmo, no neófito Ministério da Pesca, são mais de duzentas “figuras” que adentrarão o serviço público, na marra, via “barca da alegria”. Coisa de peixe grande. Aqui no nordeste, o Dr. Benito Gama, antes partidário fulgente de ACM e de FHC, foi nomeado diretor da Sudene, órgão que, extinto no governo anterior, foi recriado por Lula.
Eles falam bem, eu falo mal! Aliás, é um exagero dizer que falo mal, eis que simplesmente comento os fatos. Como são desabonadores da honra, da ética e da inteligência, dá no que dá!
Com tempo disponível folheio livros e “fuço” a internet. Foi assim que redescobri Bertold Brecht, dramaturgo e poeta alemão, que dividiu sua vida entre os séculos XIX e XX. Brecht é um daqueles gênios incontestáveis e um dos maiores pensadores dos tempos modernos. Ele só não imaginava que o Brasil iria, cinqüenta anos depois, bagunçar sua incontestabilidade. Explico!
Brecht disse: “Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis”.
Fácil observar que o pensador alemão não possuía a premonição de um Nostradamus, nem qualificou seu conceito de luta. Brecht não previu que seu enunciado, aparentemente universal, não se aplicaria aos políticos brasileiros. Estes, em sua maioria, lutam todos os dias de maneira infiel e obscena, exclusivamente para se manter no poder com todas as regalias e imunidades a ele inerentes. Por isto, e por outras tantas e tamanhas razões, são absolutamente prescindíveis. Não fazem a menor falta!
Comprove você mesmo. Faça uma viagem de reconhecimento, começando pelo Amapá, com escalas no Pará, Maranhão, Pernambuco e Bahia. Há muito que identificar nesses “currais”. Vá a Minas, ao Rio, a São Paulo, aos pampas. Avance pelo interior de quantos Estados quiser. Pesquise de vilarejos a metrópoles, de pântanos a condomínios, de florestas a favelas, de bandidos a sobrenomes.
Quantos deles você identificou, que estão aí há mais de trinta anos, pongados em mandatos conferidos por força do sufrágio universal, nem sempre representativo da vontade do eleitor? Votos que foram comprados, trocados, impingidos e subornados por senhores elegantes e risonhos, que lutam todos os dias, em busca de uma imprescindibilidade que jamais virá, mas que Brecht acreditava ser possível.
Seríamos uma nação desenvolvida, alegre, ética, educada, segura e saudável, não fosse a perpetuação dos interesses pessoais destes senhores. Avessos à honradez e ao salutar princípio da renovação, tão presente no mundo corporativo e na própria transitoriedade da vida, nossos políticos agarram-se à boquinha do mandato ou do cargo de confiança, lutando, tão somente, por um ganhozinho a mais.
Minha esperança, contudo, repousa no próprio Brecht: é de sua autoria o pensamento a seguir: “A confiança pode exaurir-se caso seja muito exigida”.
Certamente, em sua intensa lide diária, nossos políticos não incluem a leitura do sábio alemão. Mas, seus dias podem estar contados.