Na história recentíssima do Brasil, Lula da Silva lançou a moda de pegar carona em factóides. O primeiro deles, que ainda não saiu do papel e do palanque, foi acabar com a fome no mundo.
O segundo, que continua empacado em diversos setores, foi o Plano de Aceleração do Crescimento.
O terceiro, bem mais próximo da realidade, é o biodiesel, que foi inserido na valise presidencial que circulou o planeta nos últimos meses. Projeto cuja paternidade pertence aos militares da ditadura, o biodiesel cedeu espaço no palco das encenações ao petróleo do pré-sal, que de acordo com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) estava atrás do galinheiro.
O petróleo do pré-sal, quarto dos factóides, é um estrondoso engodo discursivo, que transformou o presidente Lula da Silva numa espécie de xeique tupiniquim do ouro negro.
O quinto e mais recente coube ao ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, anunciar. A construção de quase cinco dúzias de usinas nucleares.
Esse discurso diversionista de Edison Lobão serve para turbinar algumas campanhas eleitorais pelo Brasil afora. É verdade que o ministro Lobão é um conhecido neófito em assuntos de energia e outros quetais, mas basta um mínimo de bom senso para saber que construir uma usina nuclear não é uma tarefa tão fácil como ir à pastelaria da esquina.
De mais a mais, o Brasil ainda não digeriu o seu projeto de produção de energia nuclear. O superfaturamento da usina Angra 1 continua no campo do mistério. Os impactos ambientais causados no litoral fluminense pela usina Angra 2 e sua antecessora ainda são desconhecidos. E Angra 3 ainda não foi concluída.
Na verdade, Edison Lobão deveria se preocupar com a já conhecida fragilidade política da Bolívia, que pode complicar ainda mais o fornecimento de gás ao Brasil. via Ucho