por Marina Motomura, para o MundoEstranho
Foi o documento de identidade de Edgard Costa, emitido em 1907. Na época, Costa era o presidente do gabinete de identificação e de estatística da polícia do Distrito Federal, dos tempos em que o Rio de Janeiro era a capital do país.
O RG (sigla para Registro Geral) nem tinha esse nome, e sim registro civil. Antes disso, no século 19, documento era coisa rara no Brasil. Em muitos eventos, como casamentos e óbitos, quem fazia os registros era a Igreja Católica.
Em 1875, foram criados os primeiros cartórios, e em 1888 o registro de nascimentos, casamentos e mortes passou a ser feito obrigatoriamente por órgãos do Estado. Daí vieram os primeiros esboços de um registro geral da população. Os primeiros a serem fichados foram os criminosos, “benefício” que depois passou aos brasileiros que viajavam ao exterior, e, por fim, a todos.
Sem foto, o primeiro registro tinha descrição física detalhada do sujeito:
Além de nome e filiação, descrição minuciosa e impressões digitais. Eram relatadas informações como “marcas particulares, cicatrizes e tatuagens”.
As sobrancelhas do sujeito eram “arqueadas e separadas". Na mão esquerda, havia uma cicatriz na primeira falange do polegar.
Nem o nariz escapava da descrição: este tinha “projeção média” e “largura mediana”. Ao contrário do RG atual, o documento do início do século 20 descrevia profissão e endereço da pessoa.
Informação pescada no Humortalha
