quarta-feira, 2 de abril de 2008

Quem tem medo de Dilma Roussef?

Escrito por Andres Viriato.
Quem tem medo de Dilma Roussef?

Confesso que senti a fria arma de uma guerrilheira apontando contra minha cabeça quando o Presidente Lula anunciou, em renovado estilo tenda-de-campanha, que fará seu sucessor. Nesse momento, em crise de futurismo surrealista, só imaginei as águas do Araguaia em transposição inundando o velho cerrado e propiciando o solo para a chegada de remendadas tendas de campanha, suportes armados de segurança do palácio-aparelho.

Ainda mal-refeito do trauma, eis que a vetusta senadora IIdeli Salvati, presente à CPI dos Corporativos, volta a me aterrorizar ao justificar, vaticinando, que não poderia ser chamada para depor uma ministra-futura-presidente, no caso, Dilma Roussef. E logo após, no mesmo noticiário, o Presidente Lula afirma, marotamente, que "Dilma é o pai e a mãe do PAC, cobrem dela os resultados", ou, em outras palavras, a candidata em 2010 é mesmo a Dilma.

Tenho medo. Lembro-me do deputado Roberto Jefferson, em plenário de comissão, confessando seu medo e seu pavor pelo então ministro José Dirceu, e entendo que medo faz quem medo emana. Não vejo sequer uma qualidade na Sra. Roussef para ser Presidente da República, mas tenho medo do que ela esconde em seu enigmático e frio sorriso, em seu lacerante silêncio e em suas potencialidades latentes.

Já imagino, na próxima campanha para a presidência, o ponto focal da propaganda petista acusando seus adversários de ameaçarem acabar com o bolsa-família, com os "ganhos sociais" conquistados pelo governo Lula, e aí Dona Dilma, revestida de adjetivos como "combatente, corajosa, mulher guerreira e determinada", levantando as mãos dadas com a fina flor do campesinato nacional.

Confesso que esse quadro tanto me impressiona quanto me amedronta, e que só penso no despertar do dia seguinte.

DENGUE - Todo mundo tirando da seringa e o prefeito César Maia vindo a Salvador para pedir proteção ao Senhor do Bonfim. O Rio não merecia isso!

Nem o governo carioca nem o federal se sensibilizou com a situação, sendo preciso que lá pela altura da trigésima morte e a pressão da imprensa providências fossem tomadas também em níveis estaduais e federais.

Essa frase é velha, mas cai aqui como uma luva: se este fosse um país sério, estariam agora atrás das grades o prefeito, o governador e o ministro da Saúde, por crime de responsabilidade e homicídio culposo. No mínimo.