segunda-feira, 21 de abril de 2008

Abra o jogo, general!

Por Antonio Luís Almada

Abra o jogo, general!
Bem que o general Heleno Augusto, agora chamado para dar explicações sobre suas declarações, poderia forçar um pouco mais as duras cercas que lhe impõem as regras da caserna e abrir o jogo sobre a realidade atual da Amazônia brasileira.
O metafórico pulmão do mundo, secularmente violentado por predadores de todas as estirpes - de contrabandistas a invasores de grandes laboratórios multinacionais - nunca esteve na lista de prioridades de governantes brasileiros, nada obstante sua importância estratégica para a segurança nacional e sua condição de grande celeiro da riqueza mundial.
Mas a riqueza aqui não vem ao caso. O general tem uma missão militar a cumprir, mas esbarra na incúria consentida do governo petista, que loteou para os índios torrões vitais, tanto para a segurança quanto para a economia do país, e ali ninguém entra, ninguém sai.
Ninguém? Pelo menos o Exército, e aí as fronteiras com a Bolívia e a Colômbia, por exemplo, ficam à mercê das negociações entaboladas na escuridão da noite. Cocaína, contrabando de armas, plantações de maconha, os índios têm lá sua bolsa de mercadorias, protegidos pelo biombo da indolência petista.
No dia 16 passado um promotor público de Rondônia denunciou que a cidade estava ilhada: com apenas uma estrada de ligação com o resto do país, havia, no percurso, quatro aldeias indígenas de diferentes etnias e todas proibia o acesso á estrada a partir das 18 horas.
O mesmo acontece em uma cidade do interior do Pará, onde também enormes filas de caminhoneiros se formam diariamente, esperando pela liberação das tribos, e mercadoras perecíveis são prejuízo certo. A verdade parece ser esta: a Amazônia, em pouco tempo, vai pertencer ao Brasil apenas no mapa múndi.
Corta para o MST. Com o beneplácito e o apoio financeiro do governo do PT, eles fazem do Brasil uma terra sem lei e sem comando: interditam estradas, invadem propriedades privadas, assaltam, ocupam e danificam órgãos públicos, e nada acontece.
O que há por trás disso? O que há por trás das inúmeras ONGs que têm os cofres abarrotados por repasses de recursos oriundos do governo federal, cuja aplicação, inclusive, já foi denunciada e questionada pelo Ministério Público? Agora, basta fechar fileiras, mesmo que de vez em quando, no MST, para conseguir aposentadoria federal, mesmo que por tempo de baderna e bandidagem. E sob o beneplácito do governo petista.
Vivemos numa democracia híbrida, diferente do comunismo, que nega ao cidadão o direito à propriedade privada, e do capitalismo histórico, onde esse direito é indiscivelmente extensivo. E se o MST - aí os sem-teto - resolverem invadir casas e apartamentos, devidamente ocupados, nas cidades brasileiras? Quantos Carajás urbanos virão pela frente?