“Enquanto a oposição grita e xinga, a gente trabalha. Vamos ver quem é que vai gerar mais resultado para o povo brasileiro.” É o Apedeuta sobre o palanque, em Duque de Caxias, no Rio, ao lado da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e do governador do estado, Sérgio Cabral. Sabem o que é pior? Uma parte do jornalismo também está tratando a oposição como bando, como se lhe restasse muito mais do que, afinal de contas, protestar e recorrer aos meios legais disponíveis. A fala de Lula não é a de um líder de uma democracia. Já imaginaram, sei lá, nos EUA, Alemanha ou França, um presidente ou um primeiro-ministro a se referir, nesses termos, a um adversário? Nada disso é gratuito, acreditem. Essa linguagem de Lula lembra a da ditadura militar, a dos generais, a daqueles que combatiam, como é mesmo?, “os valores alienígenas, estranhos à nossa formação”. Em breve, o governo mandará imprimir adesivos para pôr nos carros: “Brasil: Ame-o ou deixe-o”. Num texto que farei na madrugada, demonstrarei que nada disso é feito à matroca. A fala pertence a um projeto.