Adeus, Mrs. Rice
A imprensa brasileira deu mais uma prova de provincianismo "terceiromundista" com a cobertura que ofereceu à Secretária Condoleezza Rice. Parecia que ali estava a rainha planetária de nossa galáxia com aquele excesso de babaquices, ensaiando toques de taró e passos de axé sobre as pedras inexatas do Pelourinho, e os jornalistas, de todas as emissoras, maravilhados com o que viam, espécie de exceção da regra. Só faltou soar a trombeta do abastado gentio pela esmola da visita. Mrs. Rice disse que a Bahia é linda e que lamentava não ter vindo aqui antes, e que voltaria outras vezes. E o pior: todos acreditaram. Ora, certo, direis, trata-se do braço direito da nação mais poderosa do mundo. Mas só isso? Será que ela veio aqui apenas para batucar no Pelô e elogiar a igualdade racial que insistem em dizer que existe por aqui? Nada vazou do que realmente motivou a visita, oficialmente camuflada na manjada agenda da incrementação turística. Ir ao Pelô e dar a breve circulada que deu no Centro Histórico não foi mais do que um gesto de delicadeza protocolar. Dona Rice - já que se "abaianou" no Pelô, tasco-lhe o Dona - serve e estimula um dos sistemas mais sanguinários do planeta, inclementemente imperialista, responsável, atualmente, pela morte de milhares de civis de todas as idades no Iraque e no Afeganistão, principalmente. Com a ascensão do desastrado Chavez na Venezuela, Bush Júnior vê perigar a incontestável dominação americana na América do Sul, daí ter mandado Condolezza ao Brasil e outros países sul-americanos. E aí, nossa imprensa avassalada doura a pílula, como se ali estivesse um arauto de boas-novas para a felicidade verde-e-emarela. E sem questionamentos.
AS MPs - Entre as bobagens e as contradições diárias de suas palavras, nosso Presidente vai levando sua popularidade a um perigoso ápice, que pode estimular um rigorosamente inadmissível terceiro mandato. Ontem, 18, ele afirmou, numa solenidade em Goiás, que é impossível um presidente governar sem a Medida Provisória. Lembram-se do Lula que chegava a chamar de abomináveis as Medidas Provisórias e anunciava que, se eleito, acabaria com elas? Bem, não honrar a palavra e o pensamento político apregoados é característico do brasileiro, por fazer política em nível mediano. Mas vale a pena lembrar que, em seu governo (de pouquíssimas boas lembranças), FHC, que também abusou das MPs, lançou 3,8 MPs por mês, enquanto Lula lança 5,1. Também, com o Congresso que nós temos!...
A imprensa brasileira deu mais uma prova de provincianismo "terceiromundista" com a cobertura que ofereceu à Secretária Condoleezza Rice. Parecia que ali estava a rainha planetária de nossa galáxia com aquele excesso de babaquices, ensaiando toques de taró e passos de axé sobre as pedras inexatas do Pelourinho, e os jornalistas, de todas as emissoras, maravilhados com o que viam, espécie de exceção da regra. Só faltou soar a trombeta do abastado gentio pela esmola da visita. Mrs. Rice disse que a Bahia é linda e que lamentava não ter vindo aqui antes, e que voltaria outras vezes. E o pior: todos acreditaram. Ora, certo, direis, trata-se do braço direito da nação mais poderosa do mundo. Mas só isso? Será que ela veio aqui apenas para batucar no Pelô e elogiar a igualdade racial que insistem em dizer que existe por aqui? Nada vazou do que realmente motivou a visita, oficialmente camuflada na manjada agenda da incrementação turística. Ir ao Pelô e dar a breve circulada que deu no Centro Histórico não foi mais do que um gesto de delicadeza protocolar. Dona Rice - já que se "abaianou" no Pelô, tasco-lhe o Dona - serve e estimula um dos sistemas mais sanguinários do planeta, inclementemente imperialista, responsável, atualmente, pela morte de milhares de civis de todas as idades no Iraque e no Afeganistão, principalmente. Com a ascensão do desastrado Chavez na Venezuela, Bush Júnior vê perigar a incontestável dominação americana na América do Sul, daí ter mandado Condolezza ao Brasil e outros países sul-americanos. E aí, nossa imprensa avassalada doura a pílula, como se ali estivesse um arauto de boas-novas para a felicidade verde-e-emarela. E sem questionamentos.
AS MPs - Entre as bobagens e as contradições diárias de suas palavras, nosso Presidente vai levando sua popularidade a um perigoso ápice, que pode estimular um rigorosamente inadmissível terceiro mandato. Ontem, 18, ele afirmou, numa solenidade em Goiás, que é impossível um presidente governar sem a Medida Provisória. Lembram-se do Lula que chegava a chamar de abomináveis as Medidas Provisórias e anunciava que, se eleito, acabaria com elas? Bem, não honrar a palavra e o pensamento político apregoados é característico do brasileiro, por fazer política em nível mediano. Mas vale a pena lembrar que, em seu governo (de pouquíssimas boas lembranças), FHC, que também abusou das MPs, lançou 3,8 MPs por mês, enquanto Lula lança 5,1. Também, com o Congresso que nós temos!...