quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Ufa! A Copa do Mundo é nossa!

Escrito pelo jornalista Andres Viriato.


Pão e circo é bom, Maquiavel gostava, Zé Brasileiro gosta, e estamos conversados: a Copa do Mundo será nossa, literalmente, e somente os ingleses acreditam que "no Brasil será o caos".


Nada não, a preço de hoje, novembro de 2007, é algo em torno de R$18 bilhões, que se projetam sobre a batagela de R$40 bilhões para daqui a sete anos. Isso em princípio, porque com o Pan no Rio a receita estourou em mais de 500%, e como estamos no Brasil dos orçamentos superavitários, vamos pechinchar aí na casa dos R$80 bilhões, com mais delongas...


Anote mais: para cada R$3 que forem gastos nesses hipotéticos 80 bi, o governo federal terá que desembolsar R$2, dois terços de uma fortuna que pagaria passagem, somente de ida, para meia África desembarcar no trinômio desejum-almoço-janta e outros contingentes sociais do planetário Primeiro Mundo. A África em questão é por ter sido a preferência inicial da política externa petista e por continuar sendo o reduto da miséria humana desasistida.


Há em Economia uma palavra que resume bem a circunstância do poder: escolha. E aí entra a preferência, muitas vezes inimiga da prioridade. Quem tem o orçamento e a chave do cofre é o pai da escolha, aquele que decide entre pôr os flhos numa escola decente ou passar a pilotar um importado top de linha. Assim acontece com os governantes e seus critérios de aplicação do dinheiro público - do meu, do seu...


E por falar em escolha, há nos Pernambués uma casa de assistência à criança aidética, a Dona Conceição, que acaba de fechar porque Estado e Município não cumpriram sua parte. Uma criança morreu por falta de assistência e outras poderão vir a morrer. Nada não, o orçamento mensal da casa, incluindo funcionários, médicos, enfermeiros etc não chega a R$30 mil. O Estado acaba de gastar R$800 mil em um congresso de cultura em Feira de Santana, enquanto a Prefeitura quase encosta nisso com propagandas eleitoreiras.Uma questão de escolha.


CREASI - A sigla significa Centro de Referência na Assistência Social ao Idoso. A sede é no antigo Iapseb, em frente ao Iguatemi, e é algo no estado, com apoio do governo federal, que realmente funciona. Além do atendimento geral - do médico à assistente social, passando pela psicológa e até terapia lúdica - ainda fornece remédios, gratuitamente, para as principais doenças do idoso. Sem discriminações: é chegar, passar pela assistência social e começa a ser cliente da casa. Parabéns ao CREASI.