segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Cadê as calcinhas?

Por Giulio Sanmartini, do blog prosaepolitica.

"No ano e 1932. um incêndio em uma loja de departamentos do centro de Tokyo chama a atenção dos passantes. Lá dentro, mulheres desesperadas juntam roupas das lojas para fazer uma corda e tentam descer do prédio. É uma tarde com muito vento, ao verem a população reunida lá embaixo, muitas tiram uma mão da corda, para fechar a saia do vestido – numa atitude que acaba custando-lhes a vida.
Na semana seguinte, a imprensa inicia uma campanha intensa, para tentar evitar outra tragédia semelhante. E foi assim que as mulheres japonesas passaram a usar calcinha. Depois disso o Japão sofre o lançamento de duas bombas atômicas em seu território, perdeu a guerra e hoje é a segunda economia do mundo (somente atrás dos Estados Unidos).
Passados mais de 60 anos desse fato, no Brasil, a que se diz modelo, cantora e artista, mas que parece mais rapariga de soldado, Lílian Ramos continua sem as calcinhas. Tudo aconteceu no carnaval de 1994, quando o deputado pelo PL-SP Valdemar da Costa Neto (que depois renunciou ao mandato envolvido que estava no mensalão) levou, não se sabe com que objetivo, essa moçoila para sambar junto ao presidente da República Itamar Franco e sem que este soubesse, abraçados ela exibiu suas partes mais públicas que íntimas sem as calcinhas.
Inicialmente a fotografia foi veiculada por um só jornal do Rio de Janeiro. Quer dizer, tudo com cantiga de armação. Pecado que o diário que publicou a fotografia é um dos maiores do país e não pensou nas conseqüências que aquele flagrante poderia trazer às instituições, agiu como pasquim de imprensa marrom, faltou-lhe um editor com respeito à profissão que a vetasse.
Perguntado sobre o assunto o hoje ex presidente Itamar Franco não se furta em falar:

“Estou convencido de que foi um golpe que armaram contra mim. Hoje, eu imagino até quem o fez, só não quero dizer o nome. Mas tem uma coisa: eu não poderia colocar um espelho embaixo das saias das mulheres para olhar se ela estava sem calcinha. Eu jamais imaginaria. Ninguém sensato pode imaginar que o presidente da República pudesse receber uma mulher pelada.”