quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Agora, sim, todos nós estaremos seguros.

Por Andres Viriato (*).

Sabem daquela história do filho que procura o sempre ocupado pai para contar seus problemas, mas o pai, automaticamente, saca da carteira, oferece a grana e volta a ler seu jornal? Assim é o padrasto governo do PT: como se tudo fosse somente uma questão de grana, quando a situação se torna crítica abre os cofres e promove uma enxurrada de bilhões, e "estamos conversados, nós e a opinião pública".
A bola da vez foi a segurança, que acaba de abocanhar R$6,7 bilhões em três anos. Projetos? Nenhum, apenas o anúncio de construção de 13 presídios, a maioria para jovens, e elaboração de programas de inclusão social, sabe-se lá onde, como e quando.
Enquanto isso, a sociedade brasileira vai convivendo com suas polícias, oficiais e clandestinas, cada uma com seu modus operandi e seus critérios de atuação, inclusive as polícias paralelas, liberadas pela impunidade para cobrar pedágio geral, oferecendo uma segurança meia-sola a comerciantes e moradores das periferias.
Nunca se falou em acabar com a violência a partir de um Judiciário ágil e operante, que decrete de uma vez por todas o fim da impunidade neste país; da união das três polícias - Civil, Militar e Federal -, agindo harmonicamente em defesa dos interesses da sociedade e não do Estado; da implantação de uma gestão penitenciária justa porém austera e vigilante, como a americana; em valorizar o trabalho do policial principalmente garantindo-lhe meios modernos e adequados para o enfrentamento diário que a função exige; em proporcionar uma educação de nível para todos os jovens em todo o país.
Há causas, mas causas que não se resolvem apenas com os bilhões dos cofres públicos, muitas vezes desviados para outros fins quando chegam nas mãos dos gestores dos sistemas. É o que veremos adiante.

CPMF E ETC

Passou, mais uma vez, porque não há Congresso mais pragmático que o nosso. Argumentos de tributaristas como Ives Gandra e Edvaldo Brito - para citar apenas dois - não seriam suficientes para acalmar a sanha franciscana dos senhores deputados. E por paradoxal que seja, quanto mais o governo arrecada mais a saúde pública desce a ladeira do descaso e da irresponsabilidade oficial. Morrer na fila à espera de atendimento médico já não é mais novidade no cenário brasileiro, e aí mora o perigo da resignação pacífica.
(*) - Andres Viriato é jornalista.