quinta-feira, 7 de junho de 2012

Lula e Dirceu perderam. Quer dizer que STF e instituições ganharam

Por Reinaldo de Azevedo, do Veja on line
Enviado por Luiz Darbra, por e-mail,


STF reunido: a partir da esq., Rosa Weber, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ayres Britto, Marco Aurélio, Cezar Peluso e as duas cadeiras vazias, de Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski (Foto: Carlos Humberto SCO/STF)

Não sei qual será o resultado do julgamento dos mensaleiros no Supremo Tribunal Federal. A decisão cabe aos 11 membros da corte. Uma coisa, no entanto, sei com certeza: as instituições ainda não se renderam ao charme truculento de Lula ou à sua truculência charmosa, avalie cada um segundo a sua sensibilidade. A decisão tomada ontem por 9 dos 11 ministros do Supremo em sessão administrativa, estabelecendo o rito de julgamento do processo, definiu um caminho.


Benett


Caberá agora ao ministro Ricardo Lewandowski, um dos ausentes à reunião — o outro foi Dias Toffoli, que tinha um compromisso social em São Paulo —, entregar o seu trabalho ainda neste mês de junho para que agosto ponha termo a um episódio que fez aniversário justamente ontem: no dia 6 de junho de 2005, há exatos sete anos, o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), em entrevista à Folha, acusava a existência da quadrilha do mensalão.

Que ninguém ainda tenha sido criminalmente punido em razão do maior escândalo havido na história republicana, eis um fato que deveria nos envergonhar como nação. É impressionante que alguns ainda tenham a cara de pau de falar em “açodamento”.

Roque Sponholz


Açodamento? Sete anos depois? Ignoro, reitero, o que fará cada ministro. Mas podemos declarar derrotadas todas as manobras, as legais e as ilegais, para tentar impedir que o mensalão fosse julgando ainda neste ano. Nesse particular, Lula e José Dirceu perderam. Venceram a autonomia do Poder Judiciário — ou, ao menos, a sua parte saudável — e, sim, a imprensa independente, que não existe para prestar serviço a candidatos a tiranos e a jagunços que ousam assombrar o estado democrático e de direito.

Dado o rito, o ministro Cezar Peluso tem plenas condições de participar do julgamento. Por quê? No dia 1º de agosto, Joaquim Barbosa, o relator, apresenta uma síntese do seu voto, um parecer. Em seguida, o procurador-geral da República formaliza a acusação. E tem início então a defesa, que se estende até o dia 14, em sessões diárias, de segunda a sexta. Aí os ministros começam a votar.

imagem arquivo


Ouvidas acusação e defesa e podendo ter acesso à integra do voto do relator e do revisor do processo, Peluso pode deixar redigido o seu voto, ainda que o processo avance setembro adentro. Mas há ministros na corte, como Gilmar Mendes e Luiz Fux, que veem condições de que tudo termine em agosto.

Lewandowski, o revisor, para quem se voltam todos os olhos, muito especialmente os do estado de direito, sabia da sessão de ontem, é evidente, e de sua pauta. Mesmo assim e sendo quem é no processo, preferiu não participar. O cronograma foi aprovado pela unanimidade dos nove presentes. Não parece plausível supor que ele frustre não a expectativa dos pares que tomaram aquela decisão, mas a do país. Vamos ver.

Mauro

Ontem, a defesa de José Dirceu veio a público para asseverar que ele estava satisfeito com a definição do calendário e que é de seu gosto ser julgado logo. A função da defesa é defender, e não há muito o que especular a respeito disso. Mas é balela. Ele e Luiz Inácio Lula da Silva fizeram o permitido e, sobretudo, o não-permitido para melar esse julgamento, para inviabilizá-lo ainda neste ano.

O ex-presidente, como é sabido, estava assediando ministro da corte para empurrar o julgamento para o ano que vem. No caso de Gilmar Mendes, a conversa assumiu tintas de chantagem — que nem sempre é feita manipulando fatos; ao chantagista podem bastar, como era o caso, os boatos.


A decisão dos ministros do Supremo foi tomada 10 dias depois de VEJA revelar a conversa indecorosa de Lula com Mendes e na semana em que a revista apresentou evidências de que os petistas da CPI tinham em mãos uma espécie de cartilha para tentar desqualificar o ministro, o procurador-geral da República e a imprensa, fazendo da comissão, como anunciara previamente Rui Falcão em vídeo conhecido, mero teatro de achincalhe e plataforma para acusar o que chamou de “farsa do mensalão”.

Roque Sponholz


Tornado público o avanço de Lula contra a independência do Judiciário, o STF preferiu não emitir uma nota pública, mas fez, entendo, algo mais importante do que isso: evidenciou que há ali homens e mulheres — independentemente do conteúdo de seu voto, reitero (a qualidade de cada um, veremos depois) — que entendem que a corte suprema de um país não pode estar sujeita a esse tipo de pressão, de arreganho autoritário, de mandonismo primitivo.

Assim, ainda que a expectativa dos decentes possa não se cumprir — ver condenados os mensaleiros —, é bom saber que o tribunal conserva o DNA da independência.

Angela Guadagnim - a musa do mensalão

Em certa medida, talvez todos devamos ser gratos a Lula e a Dirceu — e também a Rui Falcão, braço dirceuzista na presidência do PT — pelo destrambelhamento, pelo açodamento, pela fanfarronice. Não fosse a sede com que foram ao pote; não fosse, mais uma vez, a certeza da impunidade e a onipotência com que avançaram contra as instituições, sequiosos de vingança, talvez Lewandowski enxergasse ainda mais tempo para fazer a história avançar em câmera lenta.

Diante das escandalosas evidências de que a reputação do próprio Judiciário está em jogo — e, pior, tendo a sua instância máxima da berlinda —, sobrou ao tribunal evidenciar, agora de maneira clara, inequívoca, sem chances para segunda interpretação, que o país está à espera de Lewandowski. Ele teria lustrado a instituição e o bom senso se tivesse aparecido na sessão desta quarta. Mas preferiu se ausentar.

Iotti


Lula já chegou a dizer que, na Venezuela de Hugo Chávez, havia “democracia até demais” — o que nos faz supor que, para seu gosto pessoal, haveria ainda menos. Quem é capaz desse juízo explica por que assedia ministros do Supremo. Imaginem… O Apedeuta deve lastimar profundamente os traços da “ditadura brasileira” que não lhe permitem impor a sua vontade aos juízes.

E encerro com uma questão que projeta esse debate para o futuro. Ministros que são titulares do Supremo, que já não dependem da vontade deste ou aquele, foram alvos daquele assédio criminoso — crime previsto no Código Penal. Por uma questão de lógica, começo cá a imaginar como são conduzidas as conversas com aqueles que disputam uma indicação.

Quinho


Ainda neste ano, Dilma terá de apontar dois nomes para integrar o Supremo, nas vagas de Peluso (sai em setembro) e Ayres Britto (sai em novembro). Como será o assédio àqueles ou àquelas que são apenas aspirantes às vagas? Se o jogo é bruto com quem, afinal, pode muito, a gente supõe como é com quem ainda não pode tanto…

Se haverá absolvição ou condenação em massa, isso, insisto, não sei. O que sei é que a definição do cronograma, pouco importa o voto de cada membro do STF, representou a derrota de Lula e Dirceu e a vitória das instituições democráticas. E eu incluo nesse grupo a imprensa que ousa chamar as coisas pelo nome que elas têm e milhares de brasileiros que, a exemplo dos leitores deste blog, se mobilizaram para dizer: “Entregue o seu trabalho, Lewandowski”!

Mercado em Hanói, Vietnam

terça-feira, 5 de junho de 2012

Lendas da Internet

Casas Singulares

Essa imagem de uma autoestrada passando pelo interior de um edifício circula há algum tempo na web mas será que é verdadeira? ou será apenas mais uma das lendas da internet?
Quem desvenda essa história é o E-Farsas!

Estrada passando por dentro de um prédio! Verdadeiro ou farsa?

É verdadeira!

O edifício chama-se Gate Tower e fica no bairro de Fukushima-ku, na cidade de Osaka – Japão. De acordo com o site da construtora, ele foi inaugurado em 1992 e possui 16 andares, e 71 metros de altura.

De acordo com o blog Amusing Planet, o Edifício Torre Gate tem uma estrada atravessando seus 5°, 6° e 7° andares por causa de um acordo entre os donos do local e o governo japonês em meados do século 19.

O terreno foi adquirido por uma empresa de processamento de madeira e carvão vegetal há muitos anos, mas como o mundo passou a utilizar outras fontes de combustível, a empresa começou a perder dinheiro e (com a falta de investimentos em reformas e manutenções) as construções começaram a se deteriorar.

Em 1983, os proprietários decidiram fazer uma remodelação total da região, mas as licenças de construção foram recusadas porque a estrada já estava sendo planejada para ser construída por cima daquela terra. Então, os donos das propriedades se recusaram a ceder, e negociaram com a empresa Expressway Hanshin por aproximadamente 5 anos até chegarem na ideia de atravessar a autoestrada dentro do prédio.

Apesar da incomum intromissão de uma estrada lhe cortando 3 andares, o edifício Gate Tower – que é um prédio comercial, de escritórios – não sofre com a barulhada da rodovia. Foi construída uma estrutura especial em volta da autoestrada que minimiza os ruídos e a vibração dos veículos.

Para ver um vídeo feito por uma TV japonesa clique aqui

domingo, 3 de junho de 2012

sábado, 2 de junho de 2012

A Bahia pelo traço de SIMANCA

Charge de Simanca


Tirinha de Adão Iturrusgarai

Tatibitatês

Transcrito do Blog do Murilo

Tatibitatês, por Ruy Castro

Diante do tatibitatês com que as pessoas gostam de se expressar pela internet - outro dia recebi intrigante mensagem de uma amiga: "Pq vc tb ñ vai la em ksa nesse fds comer krambola?"-, concluo que sempre haverá quem ache que a língua portuguesa tem palavras demais e, estas, mais letras do que precisam. Daí que as submetam a dolorosas cirurgias, como supressão de vogais, fusão de consoantes e aglutinação de sílabas. E isso não é de hoje.




Em 1965, por exemplo, tivemos "Borandá". Era o título de uma canção de Edu Lobo - um de muitos apelos à marcha do nordestino para fugir da fome, rumo à sua inevitável redenção. A expressão já era uma simplificação de "vam' borandá", que, evidente, vinha de "vamos embora andar". Por uns tempos, até pegou. Os meninos do Rio diziam "borandá" depois de uma farta rodada de milk-shakes e sanduíches de salada de ovo no Bob's.

Dois anos depois, Wilson Simonal reduziu "vamos embora" ao gaiato "s'imbora", sendo o "s" o único sobrevivente do "vamos". Em 1969, o mesmo Simona (epa!) levaria aos píncaros esse português fraturado ao reduzir o título e uma estrofe inteira de "País Tropical", de Jorge Ben, a "patropi" -palavra que se consagrou como uma definição marota do Brasil e já devia estar no dicionário.

Na mesma época, o jovem "Pasquim" lançou uma série de abreviações que se incorporaram à língua falada, como "paca", "mifo", "sifo" e "nusfo", todas de óbvio significado. E a última manifestação nacional dessa rearrumação micro de uma frase inteira foi a velha e deliciosa expressão baiana "Ó paí, ó" -ou "Olhe pra isso aí, olhe"-, que deu título a um recente filme nacional e que um locutor de TV leu, à inglesa, sabe-se lá por quê, "ôu pêi ôu".

Quanto à mensagem que minha amiga me mandou, entendi tudo, menos "krambola".

sexta-feira, 1 de junho de 2012

XXXIX - Catarata Queda de Fogo

Cartão Postal


XXXIX - Catarata Queda de Fogo



Esta visão é muito rara e passa-se no Parque Nacional Yosemite na Califórnia, E.U.A.  Essa e as demais fotografias abaixo foram conseguidas sob o signo de muita sorte pois a conjunção de fatores que permitem este momento é muito rara. 

A decretação do  Parque Nacional deu-se em 1890 e sua área atinge  1.200 km2 e a queda de fogo chama-se El Capitán.



Esta vista espetacular da queda é criada pelo reflexo dos raios do sol que insidem sobre a mesma num ângulo específico e só  acontece durante as duas ultimas semanas  do mes de fevereiro.
Para fotografar o conjunto da obra os magos da fotografia muitas vezes tem de esperar pelo momento propício e devem ter muita mas mesmo muita paciência a fim de poderem capturar este fenómeno.


1. é a formação da queda de água - ela forma-se quando a neve e o gelo se derretem no cimo da montanha. Em princípio, eles derretem durante os meses de Dezembro e Janeiro, e quando se atingir o fim do mês de Fevereiro, pode já não haver qualquer neve ou gelo para derreter.
2. ângulo específico dos raios do sol que incidem na queda de água –  a posição do sol deve estar exatamente num ponto particular no céu. Isso só acontece no mês de Fevereiro e muito próximo da hora do crepúsculo (quase ao anoitecer).


Se nesse dia o céu se apresentar muito nublado ou com outros fenómenos que ocultem o sol, pode ter a certeza que só poderá fotografar a sua própria face expressando  decepção refletida na queda d´água.




Fontes - e-mails, wikipedia, google